sábado, junho 21, 2025
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Morte em moto de app: o que se sabe e o que falta esclarecer sobre caso de passageira morta após carro abrir a porta


Segundo o motociclista, um carro abriu a porta enquanto eles passavam pela faixa azul (via exclusiva para motos). A batida teria arremessado os dois contra outro veículo — Foto: Reprodução/PM

A passageira Larissa Barros Máximo Torres, de 22 anos, morreu no sábado (24) após ser arremessada de uma moto de aplicativo na Avenida Tiradentes, na região central de São Paulo. Segundo o motociclista que levava a jovem, que machucou braço, perna e costela no acidente, um carro abriu a porta enquanto eles passavam pela faixa azul (via exclusiva para…

A passageira Larissa Barros Máximo Torres, de 22 anos, morreu no sábado (24) após ser arremessada de uma moto de aplicativo na Avenida Tiradentes, na região central de São Paulo.

Segundo o motociclista que levava a jovem, que machucou braço, perna e costela no acidente, um carro abriu a porta enquanto eles passavam pela faixa azul (via exclusiva para motos) e a batida teria jogado os dois contra outro veículo.

Na versão da Polícia Civil, o carro estava parado no semáforo com o motorista e dois passageiros. Um deles estava bêbado e teria aberto a porta do veículo de repente.

À polícia, o motorista do veículo, que também era de aplicativo, disse que um dos passageiros abriu a porta em uma “brincadeira”.

Os passageiros do carro são o advogado de 28 anos, Felipe Moutinho Hilsenrath Garcia, e o economista João Pedro Baptista Viegas De Oliveira Paes, de 28.

Larissa foi enterrada na segunda-feira (26) no cemitério Primavera 1, em Guarulhos, na Grande São Paulo.

O acidente aconteceu em meio a uma disputa entre a Prefeitura de São Paulo e as empresas 99 e Uber sobre a liberação ou não do serviço de moto por app na cidade.

Segundo o boletim de ocorrência, a investigação será feita com base na tipificação penal de “homicídio culposo na direção de veículo automotor”. Mas ainda há uma série de perguntas que não foram respondidas.

Quais são as versões do acidente?

No Boletim de Ocorrência registrado após o acidente, o motorista de aplicativo conta que, por volta das 23h, durante a última corrida, estava com dois passageiros: o advogado Felipe Moutinho Hilsenrath Garcia e o economista João Pedro Baptista Viegas De Oliveira Paes. Segundo ele, os dois começaram a “brincar”.

“Um dos passageiros, inicialmente em tom de brincadeira, disse que iria descer do veículo. Após parada do motorista no semáforo vermelho, o passageiro João Felipe abriu a porta e nesse momento passava uma motocicleta que colidiu com a porta do veículo, arremessando os passageiros da moto no carro da frente”, diz trecho do B.O.

Os nomes de João Pedro e Felipe estão misturados na declaração, então a referência a João Felipe no trecho acima pode não estar precisa. No mesmo documento, Felipe diz que estava conversando e brincando durante a viagem, mas afirma que “não viu nada do que aconteceu”, que apenas “ouviu o barulho e depois se deu conta que se tratava de um acidente.”

Já João Pedro conta que estava no veículo com seu amigo conversando quando ouviu um baralho e percebeu que era um acidente. Ele diz “não ter visto os fatos que motivaram o acidente”. Além disso, diz no boletim que estava embriagado e não sabe dizer se abriu ou não a porta do veículo. Que não nega que abriu, mas que não se recorda de ter feito isso.

Larissa foi atropelada?

No domingo (25), a família de Larissa afirmou que ela havia sido atropelada por outro carro após cair da moto. Nesta segunda-feira (26), o motociclista de aplicativo Henderson de Souza Maior, envolvido no acidente, afirmou à TV Globo que ela não foi atropelada, mas sim que ambos foram arremessados contra outro carro.

“O que realmente aconteceu foi que o carro abriu a porta jogando a gente no outro carro que estava no trânsito. Não teve atropelamento, tudo foi culpa da ação de uma pessoa louca… abrir uma porta no meio da avenida. Eles estavam bêbados”, afirmou o motociclista.

Quem abriu a porta do carro?

Ainda não se sabe e a resposta para essa pergunta continua em investigação pela Polícia Civil.

Procurada, a defesa de João Pedro lamentou a morte de Larissa e negou que o economista tenha aberto a porta do carro e que em “nenhum momento contribuiu para a ocorrência do fatídico acidente”.

Já a defesa de Felipe alegou que o cliente estava sentado do lado direito do banco traseiro (ou seja, do lado oposto ao da porta aberta) e é só “uma testemunha do caso” e que enviará nota após o novo depoimento dele, que acontecerá em data designada pela polícia.

Por que o motociclista não prestou depoimento?

Henderson contou que não se negou a comparecer à delegacia para prestar depoimento, conforme consta na versão do Boletim de Ocorrência. Ele esclareceu ter sido socorrido e levado para um hospital. A versão apresentada no Relatório Autoridade Policial confirma a informação.

“Em nenhum momento corri. Fui socorrido para o pronto-socorro de Santana, e a passageira, para outro hospital. Não fui à delegacia quando o hospital me liberou porque não sabia que tinha que ir até lá. Um policial me ligou às 4h da manhã, mas falei que não tinha condições de me locomover, mas que estava à disposição para prestar esclarecimentos”, contou o motociclista.

Foi prestado socorro?
Sim. Larissa foi levada para a Santa Casa, segundo o Boletim de Ocorrência, mas não resistiu aos ferimentos. Já o motociclista sofreu ferimentos na perna, no braço e na costela. Ele foi levado a um pronto-socorro em Santana e liberado horas depois.

Segundo Henderson disse à TV Globo, Larissa estaria viva no momento em que foi socorrida e dizia que “estava com vontade de vomitar”.

Quem era Larissa?

Larissa era formada em marketing e estudava engenharia de produção — Foto: Arquivo pessoalLarissa era formada em marketing e estudava engenharia de produção — Foto: Arquivo pessoal

Formada em marketing e estudante de engenharia de produção, Larissa Barros Maximo Torres, de 22 anos, era “cheia de planos e sonhos”, segundo a família dela.

Ela trabalhava como supervisora comercial para pagar a faculdade e, no sábado à noite, havia sido homenageada em uma festa da empresa como a melhor funcionária do mês.

Acabaram com a vida de uma menina de 22 anos cheia de planos, cheia de sonhos, que se ocupava, que gostava de viver e tinha uma meta na vida.

— Carlos Alberto Torres, tio de Larissa

Quais serão os próximos passos da investigação?

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou que os ocupantes do automóvel foram conduzidos ao 2º Distrito Policial (Bom Retiro), onde prestaram depoimento e deram suas versões sobre os fatos.

Nesta quarta-feira (28), Claudio Mota Purcino, motorista de aplicativo do carro de onde a porta teria sido aberta, prestou novo depoimento.

As defesas de Felipe e João Pedro disseram que ainda os dois ainda foram intimados, mas que irão depor assim que forem procurados.

Em uma segunda nota, a SSP disse que “as investigações seguem em andamento pelo 2º Distrito Policial (Bom Retiro).

Acrescentou ainda que “foram colhidos os relatos das partes envolvidas e novas oitivas estão agendadas para os próximos dias. O condutor da motocicleta foi identificado e também será ouvido. As diligências prosseguem para a análise de imagens de câmeras de segurança e a identificação de outras possíveis testemunhas, a fim de esclarecer todas as circunstâncias relacionadas ao caso”.

Procurada, a 99 disse, em nota, que recebeu com pesar a “notícia do acidente envolvendo a passageira Larissa Barros Máximo Torres e um motociclista parceiro”.

Afirmou ainda que “se solidariza com os familiares e esclarece que está acompanhando de perto o caso e já está oferecendo suporte integral aos envolvidos – como cobertura pelo seguro, apoio psicológico e auxílio funeral”.

A acrescentou que segue “à disposição das autoridades para contribuir com as investigações”.

Fonte: G1

 





Fonte: Alagoas 24h

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