Um casal utilizou as redes sociais nesta semana para denunciar um caso de coação, calúnia e racismo ocorrido em um bar localizado no bairro do Prado, em Maceió, durante uma tradicional roda de samba que acontece às segundas-feiras. Segundo o relato, o casal estava sentado em uma das mesas do local, comemorando o aniversário de…
Um casal utilizou as redes sociais nesta semana para denunciar um caso de coação, calúnia e racismo ocorrido em um bar localizado no bairro do Prado, em Maceió, durante uma tradicional roda de samba que acontece às segundas-feiras.
Segundo o relato, o casal estava sentado em uma das mesas do local, comemorando o aniversário de uma amiga, quando percebeu uma movimentação estranha por parte de quatro homens. Momentos depois, eles foram cercados pelos suspeitos, que alegaram ter sido vítimas de furto e exigiram que a mulher abrisse sua bolsa.
“Meu namorado me mandou uma mensagem dizendo que estava achando aqueles caras muito estranhos. Eu concordei e pensei em sugerir que fôssemos esperar o carro lá na frente. Mas, antes disso, os quatro já tinham cercado nossa mesa”, contou a jovem, que é estudante universitária.
A situação ficou ainda mais tensa quando um dos homens exigiu, de forma agressiva, que a mulher abrisse sua bolsa. Mesmo sem apresentar nenhuma identificação ou justificativa plausível, os acusadores insistiram na abordagem. “Fui cercada, coagida e pressionada. Uma mulher se aproximou dizendo: ‘Quatro homens não, eu sou uma mulher. Se você não deve, abra sua bolsa’. Eu disse que não conhecia nenhuma daquelas pessoas e que não abriria minha bolsa”, relatou.
Após insistência e visivelmente abalada, a jovem abriu a bolsa, onde havia apenas materiais de estudo, como cadernos e estojos, já que ela havia saído direto da faculdade para o evento. Assim que o conteúdo foi mostrado, os acusadores deixaram o local. “Fiquei completamente transtornada. Sai dali chorando, sem acreditar no que tinha acabado de acontecer”, disse.
O casal tentou acionar a Polícia Militar pelo 190, mas foi informado de que não havia um tempo determinado para a chegada da viatura. Nesse intervalo, os acusadores deixaram o local.
Segundo eles, o estabelecimento foi omisso diante da situação. “O gerente apareceu depois e disse que, se o segurança não mandou abrir a bolsa, então o bar não tinha responsabilidade. Mas havia câmeras, eles poderiam ter checado antes de nos acusarem”
O caso ganhou repercussão nas redes sociais e está sendo acompanhado pelo Instituto do Negro de Alagoas (INEG), que dará apoio jurídico às vítimas. “Quantas pessoas que se parecem conosco já passaram ou ainda passarão por isso? Não podemos deixar esse tipo de situação impune. Estamos tomando as medidas legais cabíveis”, declarou o casal.
O Alagoas 24 Horas entrou em contato com um representante do bar e aguarda posicionamento sobre o caso.