A audiência de instrução do caso da adolescente de 15 anos, Ana Beatriz Moura, encontrada morta em uma fossa numa chácara em Guaxuma quase um mês após seu desaparecimento, aconteceu nesta quarta-feira (11), no Fórum Jairon Maia Fernandes, no bairro Barro Duro, em Maceió. A sessão teve por objetivo ouvir testemunhas e reunir mais elementos…
A audiência de instrução do caso da adolescente de 15 anos, Ana Beatriz Moura, encontrada morta em uma fossa numa chácara em Guaxuma quase um mês após seu desaparecimento, aconteceu nesta quarta-feira (11), no Fórum Jairon Maia Fernandes, no bairro Barro Duro, em Maceió. A sessão teve por objetivo ouvir testemunhas e reunir mais elementos para embasar o julgamento do principal acusado, que está preso preventivamente.
A primeira testemunha a ser ouvida foi Jaciele Moura, prima da vítima. Em seu depoimento, Jaciele revelou que a família acredita que o acusado não agiu sozinho e que outras pessoas podem ter participado do crime, incluindo a própria esposa do suspeito.
“Ela era alta, forte, tinha conhecimento de defesa pessoal. Não é possível que ele tenha feito isso sozinho”, disse a prima, levantando dúvidas sobre a versão de que o crime foi cometido por apenas uma pessoa.
Segundo Jaciele, a família teve acesso a uma pasta trancada no celular da vítima, onde foram encontrados diversos prints de conversas com ameaças, inclusive mensagens enviadas pela esposa do acusado. “Ela dizia: ‘você sabe sim o que você merece’”, afirmou Jaciele em entrevista à TV Pajuçara.
Para a prima de Ana Beatriz, essas evidências reforçam a hipótese de que Ana Beatriz já vinha sendo ameaçada antes do crime ocorrer.
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A audiência segue com a oitiva de outras testemunhas, incluindo vizinhos, familiares e o namorado da vítima. A esposa do acusado também será ouvida. A presença de múltiplas testemunhas visa traçar um panorama mais completo dos acontecimentos que antecederam o crime.
Ao fim do depoimento, Jaciele Moura reforçou a expectativa de que não apenas o principal acusado, mas todos os envolvidos sejam responsabilizados. “Queremos Justiça por Bia. Isso não pode terminar com apenas uma condenação, quando há indícios claros de que mais pessoas participaram ou sabiam do que estava prestes a acontecer”, concluiu a jovem.
As investigações continuam, e a audiência de instrução segue sendo um passo decisivo para o Júri Popular.
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Entenda o caso
Ana Beatriz desapareceu no dia 8 de abril após sair do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), no Centro de Maceió. A jovem teria como destino o bairro de Garça Torta, no Litoral Norte da capital. As primeiras buscas concentraram-se na região, mas inicialmente não revelaram nada.
Quatro dias depois, em apoio à polícia judiciária alagoana, os bombeiros iniciaram as buscas. No dia seguinte, as buscas foram suspensas temporariamente para a emissão de um mandado de segurança, uma vez que as buscas se estenderam por uma propriedade privada. Mesmo com as atividades de buscas durante todo o dia, a menor não foi localizada.
Durante as buscas, houve a apreensão de uma peça de roupa que seria da estudante Ana Beatriz. Além disso, as autoridades também apreenderam dois celulares na casa do principal suspeito de envolvimento no desaparecimento da adolescente, um homem de 43 anos, que foi preso.
Dias depois, o corpo de Ana Beatriz foi localizado em uma fossa dentro da chácara em Guaxuma. Com as investigações, a Polícia Civil descobriu que Ana Beatriz teria trabalhado como babá para parentes do principal suspeito e que a adolescente mantinha um relacionamento extraconjugal com o acusado. No dia do desaparecimento, ele teria pago um mototáxi para levá-la até o local onde foi encontrada morta.