segunda-feira, setembro 29, 2025
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Marido que simulou assalto para matar esposa que se recuperava de câncer: veja o que se sabe


Jaqueline Rodrigues Pereira, de 37 anos, foi morta com um tiro na cabeça dentro da casa onde morava, em São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná. Segundo as investigações da Polícia Civil (PC-PR), o marido dela, Adriano Forgiarini, também de 37 anos, atirou nela e depois simulou um assalto. ACOMPANHE O ALAGOAS 24 HORAS…

Jaqueline Rodrigues Pereira, de 37 anos, foi morta com um tiro na cabeça dentro da casa onde morava, em São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná. Segundo as investigações da Polícia Civil (PC-PR), o marido dela, Adriano Forgiarini, também de 37 anos, atirou nela e depois simulou um assalto.

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Adriano foi preso, na sexta-feira (26), por feminicídio por motivo fútil. A defesa dele disse que está acompanhando o caso, mas não irá se manifestar no momento. Clique aqui para ler a nota na íntegra.

Registro como roubo seguido de morte
O homicídio aconteceu na madrugada de 13 de setembro. O corpo de Jaqueline foi encontrado na área externa da casa com um tiro na cabeça.

No dia, o caso foi registrado como latrocínio – roubo seguido de morte – porque, segundo a polícia, Adriano também apresentava ferimentos de arma de fogo. Ele foi levado em estado grave ao hospital para atendimento médico.

Os investigadores e peritos, ao chegarem no local, perceberam que a cena do crime estava “muito estranha”, de acordo com o delegado Walcely de Almeida.

No boletim de ocorrência, o marido informou que o latrocínio tinha relação com outro roubo registrado há três anos. Entretanto, para a polícia, este crime citado por Adriano nunca aconteceu. Este detalhe fez com que a investigação tomasse outro rumo.

“Esse roubo [registrado há três anos], nós mesmos investigamos e chegamos à conclusão de que era uma notícia falsa. Ele teria sido feito para encobrir alguma outra coisa […]. Porém, na época, nós não chegamos à verdade. Desta vez, a gente tinha que chegar à verdade. Aí, começamos uma investigação mais profunda do caso, descartando esse roubo e tentando chegar a uma nova linha de investigação”, explicou Almeida à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná.

Como foi o crime, segundo a polícia
O delegado explicou a polícia que apenas a câmera de segurança da varanda da casa do casal estava com imagens. Desta forma, foi possível ver a movimentação no imóvel no dia 13 de setembro pelo reflexo da porta de vidro. O áudio também foi identificado.

“Olhando essa câmera, quando amanheceu o dia, ela filmava uma porta de vidro que ficou espelhada. E deu para ver um reflexo de uma pessoa passando”, detalhou Almeida.

O material fez com que a polícia montasse a cronologia do crime, começando às 5h20: horário em que Jaqueline foi morta enquanto estava na cama.

“[…] com ajuda da família, que deu alguns detalhes, e com os áudios, nós conseguimos chegar à conclusão que ele disparou na cabeça dela por volta das 5h20 da manhã, na cama ainda”, o delegado conta.

Em seguida, as investigações mostraram que Adriano usou o celular de Jaqueline para enviar uma mensagem no grupo da família dizendo “bom dia povo”, às 5h31 – 11 minutos após ela ser morta.

Conforme o delegado, estão gravados, em seguida, barulhos de porta se abrindo e de algo sendo arrastado. A polícia suspeita de que seja o corpo de Jaqueline sendo levado do quarto até a área externa da casa, onde foi encontrado.

Uma hora e dez minutos depois, apurou a polícia, a câmera captou o barulho de outro disparo. Este seria o momento em que Adriano atirou em si mesmo e teve um ferimento superficial no peito.

Depois, ele começou a gritar por socorro e familiares e vizinhos chegaram ao local.

A arma do crime foi encontrada na propriedade da família, durante as buscas.

O caso é tratado pela polícia como feminicídio por motivo fútil. A motivação, entretanto, não foi divulgada.

Família não desconfiou do assalto forjado
Segundo a irmã de Jaqueline, Ana Claudia, a família não desconfiou de que o assalto poderia ter sido forjado.

“Ele sempre foi uma pessoa quieta e reservada. Nunca desconfiamos de nada, nem Jaqueline reclamava de algo”, afirmou.

No entanto, agora, ela não descarta a possibilidade de que o crime foi planejado. “Na noite anterior, eles vieram aqui, deixaram o filho comigo. Ele tirou a criança e a mãe de casa e ficou sozinho com ela. Acho que ele já estava planejando”.

Prisão do marido
Adriano foi preso 13 dias depois do homicídio. Ele foi encontrado em um hotel da cidade.

O delegado relatou que ele não ofereceu resistência.

Leia a nota da defesa de Adriano na íntegra, assinada pelo advogado Cassiano Almeida:

A defesa de Andriano Forgiarini esclarece que acompanha atentamente as apurações em curso e reafirma sua confiança no devido processo legal e nas instituições responsáveis.

Por respeito à investigação em andamento, não serão prestadas declarações sobre o conteúdo dos fatos neste momento.

Reiteramos nosso compromisso com a ampla defesa e o contraditório, e agradecemos a compreensão da imprensa e da sociedade, frisando que qualquer manifestação será realizada nos autos e no tempo oportuno.

Quem é Jaqueline?
Segundo a irmã, Ana Claudia Pereira, Jaqueline era conhecida pela alegria e determinação. Ela havia acabado de se recuperar de um câncer de mama, em março deste ano.

“Mesmo enfrentando a doença por mais de um ano, ela nunca abaixou a cabeça. Nunca chorou, nunca demonstrou fraqueza. Sempre com um sorriso no rosto”, contou Ana Claudia ao g1.

Recém-formada em Gestão Ambiental, Jaqueline trabalhava como afiadora de facas em um frigorífico em Itaipulândia, no oeste do Paraná.

“Ela dizia que agora ia viver, sair com a família, aproveitar a vida, porque antes tinha sido um período difícil”, relatou a irmã.

Jaqueline é mãe de um menino de 11 anos, e estava casada há dois anos com Adriano.





Fonte: Alagoas 24h

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