À direita, foto do modelo do brinquedo, em outra Praça da Infância, na Madalena. À esquerda, criança que sofreu o acidente internada — Foto: Foto (dir.): Hélia Scheppa/Divulgação. Foto (esq.): Reprodução/WhatsApp
Uma menina de 8 anos teve o dedo mínimo, popularmente conhecido como dedo “mindinho”, do pé direito amputado após sofrer um acidente em um brinquedo da Praça da Infância, no bairro do Ibura, na Zona Sul do Recife. Responsável pelo espaço, a prefeitura lamentou o ocorrido e pediu aos pais das crianças para “evitar o uso indevido…
Uma menina de 8 anos teve o dedo mínimo, popularmente conhecido como dedo “mindinho”, do pé direito amputado após sofrer um acidente em um brinquedo da Praça da Infância, no bairro do Ibura, na Zona Sul do Recife. Responsável pelo espaço, a prefeitura lamentou o ocorrido e pediu aos pais das crianças para “evitar o uso indevido dos equipamentos”, pois “pode causar acidentes”.
De acordo com o pai da menina, Alberto Wagner, ela estava em um brinquedo com base giratória quando o dedo ficou preso em uma brecha e foi esmagado.
“Teve uma feira de empreendedorismo da escola dela, onde a gente foi a família toda para lá. Quando acabou a feira de empreendedorismo, elas [a filha e mais duas colegas] foram brincar na pracinha que tem ao lado da escola. (…) Quando foram brincar nesse brinquedo, começaram a girar. O dedo dela enganchou, justamente numa brechinha que tem nesse brinquedo. Uma brechinha assim de um dedo, de dois dedos de distância do brinquedo, o dedinho do pé dela ficou enganchado”, contou o pai da criança.
O acidente aconteceu no domingo (28) e deixou a família desesperada ao ver o sangue no pé da criança, ainda de acordo com Wagner. A criança foi levada pelos parentes para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Lagoa Encantada, também no bairro do Ibura, de onde foi transferida para o Hospital Otávio de Freitas, em Tejipió, na Zona Oeste do Recife.
“Estava com muito sangue. O desespero foi grande quando a gente viu o dedo dela esmagado. (…) Chegando no [Hospital] Otávio de Freitas, o médico avaliou e disse que não ia mexer, só iria mexer no dia da cirurgia, que foi ontem (29), de 1h da tarde, que foi onde ele constatou que teria que amputar o dedo do pé dela”, disse o pai da menina.
Apesar de a criança ainda se queixar de dor, ela deve receber alta nesta primeira semana de outubro, de acordo com Wagner.
“Ela [a filha] falou para eu não me preocupar, mas que estava traumatizada de brincar nesses brinquedos de praça. Ela ficou com medo, né? Está traumatizada ainda. (…) A minha filha ainda está reclamando de dor porque o dedinho ainda está sangrando. Ela [a mãe] vai procurar saber de fisioterapia e medicações para aliviar as dores em casa”, afirmou o pai.
Em nota enviada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), a direção do Hospital Otávio de Freitas informou que, após a alta hospitalar, a menina “dará continuidade ao tratamento em acompanhamento ambulatorial com médico ortopedista”. Após o acidente, a família cobra por justiça.
“A única coisa que eu quero é justiça pelo que aconteceu. A minha filha saiu para brincar e, infelizmente, perdeu um membro do corpo”, disse o pai.
O que diz a prefeitura do Recife
Em nota, a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), responsável pela construção da Praça da Infância, afirmou que “uma equipe do órgão foi enviada para averiguar se há necessidade de execução de serviços”.
A Emlurb também disse que possui equipes permanentes de manutenção e que o brinquedo em questão é destinado às crianças neurodivergentes.
“A autarquia possui equipes permanentes de manutenção que realizam vistorias e reparos, e lembra que o brinquedo possui sinalização informando que é inclusivo, destinado a crianças neurodivergentes e/ ou com deficiência, e o uso indevido pode causar acidentes. A Emlurb pede a colaboração dos pais e responsáveis para evitar o uso indevido dos equipamentos”, disse a prefeitura, na nota.
Ainda segundo a Emlurb, “a gestão já destacou profissionais de assistência social para entrar em contato com a família e oferecer o suporte necessário”.
O g1 perguntou se há a sinalização da exclusividade do brinquedo para crianças neurodivergentes, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.