sexta-feira, outubro 10, 2025
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Caso Davi: Quatro militares vão a júri popular 11 anos após morte de adolescente em Maceió


Davi da Silva tinha 17 anos quando foi morto

Onze anos após o desaparecimento e morte do adolescente Davi da Silva, de 17 anos, o caso volta a ganhar destaque com o julgamento de três policiais militares e uma ex-PM, acusados de envolvimento no crime. O júri popular acontece na próxima segunda-feira (13), a partir das 7h30, no Fórum Jairon Maia Fernandes, no bairro…

Onze anos após o desaparecimento e morte do adolescente Davi da Silva, de 17 anos, o caso volta a ganhar destaque com o julgamento de três policiais militares e uma ex-PM, acusados de envolvimento no crime. O júri popular acontece na próxima segunda-feira (13), a partir das 7h30, no Fórum Jairon Maia Fernandes, no bairro Barro Duro, em Maceió.

O caso remonta a agosto de 2014, quando Davi foi visto pela última vez durante uma abordagem de uma guarnição do Batalhão de Polícia de Radiopatrulha (BPRp), no Complexo Benedito Bentes, parte alta da capital alagoana. Na época, enquanto a corporação comemorava o Dia do Soldado (25 de agosto), a família do jovem iniciava uma busca desesperada por respostas.

Crimes

Segundo o Ministério Público de Alagoas (MPAL), os quatro réus — então integrantes do BPRp — vão responder por tortura, homicídio e ocultação de cadáver.

Em trecho da denúncia, ofertada pela 59ª Promotoria de Justiça da Capital, ainda em 2015, os quatro militares devem ser julgados pela mesma culpabilidade, visto que, todos, independentemente de quem agrediu ou deu cobertura, contribuíram para as agressões contra Davi, culminando em seu desaparecimento e morte, para a tortura contra o seu colega. Logo, o Ministério Público sustenta que não houve atuação isolada: todos os réus contribuíram para a violência e para o desfecho fatal do caso e não podem ter julgamento diferenciado. 

A acusação será conduzida pelo promotor de Justiça Thiago Riff.

Testemunha-chave foi morta dias depois

A única testemunha do caso, que apontou a guarnição como responsável pela abordagem de Davi, foi assassinada pouco tempo depois.

Ainda segundo os autos, Davi foi torturado dentro da viatura. O motivo da violência, conforme relato do colega que estava com ele, teria sido uma tentativa de obter informações sobre um suposto traficante do Conjunto Cidade Sorriso, conhecido como “neguinho das bicicletas”, além do fato de o jovem ter deixado cair uma pequena porção de maconha do bolso.

A ex-policial militar teria iniciado as agressões, algemado Davi e o colocado na mala da viatura, onde ele continuou a ser brutalmente espancado, inclusive com agressões nos órgãos genitais.

O caso

Davi Silva, 17 anos, desapareceu no Conjunto Cidade Sorriso I, no Benedito Bentes, na manhã de 25 de agosto de 2014. Segundo relato do amigo do adolescente, Raniel Victor, o menor – que tinha dificuldade na fala – foi levado por uma guarnição do Batalhão de Radiopatrulha após ser flagrado com bombinhas de maconha. Os policiais, segundo a testemunhas, queriam informações sobre o fornecedor da droga e se a boca de fumo pertencia ao traficante ‘neguinho da bicicleta’ , que era procurado pela polícia.

Após seu desaparecimento, Davi Silva nunca mais foi visto. A família chegou a reconhecer um corpo encontrado no bairro da Serraria, em 2015, como sendo do menor, mas após exames cadavéricos, a Perícia Oficial constatou que o cadáver não pertencia a Davi.

Dois anos após o caso, Raniel Victor, a única testemunhas do desaparecimento de Davi, foi encontrado morto no Benedito Bentes a pedradas e tiros.

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Fonte: Alagoas 24h

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