terça-feira, novembro 11, 2025
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Seis meses após morte de Gabriel Lincoln, família realiza protesto em Palmeira dos Índios pedindo justiça


Gabriel Lincoln Pereira da Silva tinha 16 anos

Nesta segunda-feira, 3, familiares e amigos do adolescente Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos, realizaram um protesto em frente ao Fórum de Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas, pedindo celeridade no julgamento dos policiais militares envolvidos na morte do jovem. O ato marca os seis meses do crime, ocorrido em 3 de…

Nesta segunda-feira, 3, familiares e amigos do adolescente Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos, realizaram um protesto em frente ao Fórum de Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas, pedindo celeridade no julgamento dos policiais militares envolvidos na morte do jovem. O ato marca os seis meses do crime, ocorrido em 3 de maio deste ano.

De acordo com as investigações, Gabriel Lincoln foi atingido nas costas por um disparo de arma de fogo após uma perseguição policial. O adolescente teria se assustado ao ser abordado por policiais e acelerado a motocicleta que conduzia, dando início à perseguição. A ação terminou de forma trágica, com o disparo que o matou.

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No dia 21 de outubro, a Justiça de Alagoas determinou o afastamento preventivo dos três policiais militares envolvidos no caso. O PM responsável pelos disparos foi indiciado por homicídio culposo, enquanto os outros dois respondem por fraude processual e abuso de autoridade.

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Durante o protesto, o pai do adolescente, Cícero Pereira, reforçou o pedido por agilidade e justiça.

“A gente está aqui em frente ao fórum, numa reivindicação pedindo para a Justiça que seja mais ágil, que faça alguma coisa para que esse processo tenha o seu devido fim. Estamos na luta, pedindo por justiça para o Gabriel”, disse emocionado.

Em vídeo exibido pela TVPajuçara, o advogado de defesa dos policiais, Raimundo Palmeira, informou que o processo segue o trâmite legal, com prazos a serem cumpridos pelas partes. Segundo ele, o juiz responsável manteve o afastamento dos militares como medida cautelar e determinou novas diligências no inquérito, incluindo a análise de resíduos de pólvora nas mãos da vítima.

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Enquanto o processo avança lentamente, a família de Gabriel Lincoln mantém a mobilização para que o caso não caia no esquecimento e que os responsáveis sejam julgados.

Lembre o caso

Na noite do sábado, 3 de maio de 2025, o adolescente de 16 anos, identificado como Gabriel Lincoln Pereira da Silva, faleceu após uma perseguição policial em Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas.

De acordo com as primeiras informações, Gabriel teria sido visto realizando manobras perigosas com uma  motocicleta na avenida Bráulio Montenegro. Ao notar a aproximação de uma guarnição do Pelotão de Operações Especiais (Pelopes), ele teria desobedecido às ordens de parada, iniciando uma fuga pelas ruas da cidade.

A versão da polícia afirma ainda que, durante a perseguição, o adolescente sacou um revólver calibre .38 e disparou contra a viatura. Em resposta, os agentes efetuaram disparos, resultando em Gabriel sendo atingido. Ele foi imediatamente socorrido pelos próprios policiais e levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, mas não sobreviveu aos ferimentos.

Ainda segundo os militares, uma arma teria sido apreendida no local da ocorrência. O laudo da necropsia aponta que o adolescente foi atingido um único disparo pelas costas, que perfurou o pulmão e o coração.

A família do jovem contestou, durante todo o processo, a explicação apresentada pela Polícia Militar desde o início. Eles alegam que  foram impedidos de acompanhar o atendimento médico e de obter informações sobre o estado de saúde do menor.

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Ainda segundo eles, o jovem estava trabalhando com os pais no quiosque de lanches e saiu para comprar alface quando o desfecho triste aconteceu.

A Polícia Civil iniciou as investigações do caso oficialmente na segunda-feira seguinte (5), mesmo dia em que o corpo do menor foi velado na casa da avó e enterrado sob grande comoção.

Em determinado momento, os rituais fúnebres precisaram ser interrompidos por alguns minutos para realização de perícia por parte de integrantes da Polícia Científica de Alagoas. O local foi esvaziado para que os peritos realizassem exames técnicos, incluindo o residuográfico, uma vez que a Polícia Militar alega que o adolescente atirou contra a guarnição durante uma perseguição.

O procedimento foi considerado anormal por familiares, sobretudo, porque o pai do adolescente já havia relatado que este mesmo exame foi negado pelo Instituto Médico Legal de Arapiraca, mesmo após pedido do advogado da família, sob a alegação de que o corpo já havia sido limpo.

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A investigação foi conduzida por uma comissão de delegados, que realizou as oitivas com cerca de 15 pessoas, entre testemunhas, familiares, moradores da região e os policiais envolvidos que foram afastados das ruas e realocados para funções administrativas.

Fizeram parte dela os delegados Alexandre Leite, da Diretoria de Polícia Judiciária 3 (DPJ3), Sidney Tenório, diretor da DPJ1, e João Paulo Tenório, coordenador da DH da 5ª Região.

Imagens de câmeras de segurança auxiliaram nas investigações.

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Fonte: Alagoas 24h

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