sábado, março 15, 2025
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Veja os sintomas do nevoeiro cerebral na menopausa


Além das conhecidas ondas de calor e mudanças hormonais, a menopausa pode trazer um efeito pouco comentado, mas muito real: o nevoeiro cerebral, um sintoma neurológico. Esquecer nomes, perder o raciocínio no meio da conversa e sentir a mente mais lenta não é apenas cansaço, mas um reflexo de mudanças hormonais significativas no corpo da mulher.

“O nevoeiro cerebral, também conhecido como ‘brain fog‘, é uma sensação de confusão mental, dificuldade de concentração, lapsos de memória e lentidão de raciocínio. Este sintoma pode ser preocupante para as mulheres na menopausa, afetando suas atividades diárias e qualidade de vida”, explica o ginecologista Dr. Igor Padovesi, autor do livro Menopausa Sem Medo (Editora Gente) e especialista em menopausa certificado pela North American Menopause Society (NAMS).

Além desses sintomas, o nevoeiro cerebral pode manifestar-se por meio de dificuldade em encontrar palavras durante uma conversa, esquecimento de compromissos ou tarefas importantes e sensação de estar sobrecarregada mentalmente. “Esse nevoeiro cerebral não só diminui a concentração, mas também pode prejudicar a tomada de decisões e a capacidade de resolver problemas”, enfatiza o ginecologista.

Impacto na rotina e no bem-estar das mulheres

Segundo o Dr. Igor Padovesi, essa condição pode interferir na aptidão em desempenhar tarefas profissionais e pessoais, impactando diretamente a produtividade e o bem-estar. “O impacto do nevoeiro cerebral vai além do aspecto profissional. Em casa, as mulheres podem sentir-se desorganizadas, o que pode causar estresse adicional. Muitas pacientes relatam sentir-se menos eficientes no trabalho e mais esquecidas em casa, o que gera frustração e ansiedade”, comenta.

O profissional também acrescenta que a frustração decorrente desses lapsos de memória e da sensação de estar constantemente distraída pode levar a uma diminuição da autoestima e a um aumento da ansiedade.

Dificuldades com o sono e alterações do humor são fatores que contribuem para a sensação de nevoeiro mental (Imagem: Image Point Fr | Shutterstock)

Causas do nevoeiro cerebral

Apesar de muitas pesquisas terem demonstrado que há um declínio natural da memória feminina devido ao envelhecimento, principalmente após a menopausa, o Dr. Igor Padovesi ressalta que a causa exata do nevoeiro cerebral permanece desconhecida. “É provável que esteja relacionado à oscilação hormonal inerente a essa fase da vida”, diz o médico.

O ginecologista também explica que questões psicológicas interferem no nevoeiro cerebral. “Além da explicação biológica, é nessa fase que muitas mulheres vivenciam situações estressantes e emocionalmente fortes no casamento, no trabalho, com a saída dos filhos de casa e passam a ter dificuldades com o sono e alterações do humor, irritabilidade, angústia. Toda essa desordem psicológica também é danosa à memória e acaba contribuindo para a sensação de nevoeiro mental”, acrescenta.

Fase da vida em que ocorre o problema

O Dr. Igor Padovesi reforça que o nevoeiro cerebral é um sintoma muito comum em mulheres na faixa dos 40 aos 50 anos, mas pode surgir até antes em algumas mulheres. “É um sintoma característico da transição menopausal e dos primeiros anos da menopausa e tende a melhorar com o passar dos anos, não possuindo nenhuma relação com doenças como o Alzheimer”, afirma.

Para as mulheres muito afetadas pelo nevoeiro cerebral, existem algumas estratégias que podem ajudar a lidar com o problema. “A terapia hormonal é, comprovadamente, o melhor e mais seguro tratamento para lidar com os sintomas comuns da menopausa, incluindo o nevoeiro cerebral, assim melhorando a qualidade de vida das mulheres”, explica o médico.

Além disso, o Dr. Igor Padovesi reforça a importância do estilo de vida saudável. “Cultivar uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente, realizar atividades que desafiam o cérebro, como jogos de lógica, leitura e aprendizado, além de garantir noites de sono adequadas: esses são os principais aliados no envelhecimento saudável e na preservação da memória durante a menopausa”, finaliza.

Por Maria Claudia Amoroso



TNH1

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