terça-feira, agosto 5, 2025
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Campanha nacional coleta de DNA para identificação de desaparecidos


Estado espera aumentar as chances de reencontros e proporcionar desfechos dignos para essas história | Aarão José / Ascom PolC/AL

As Polícias Científica e Civil de Alagoas iniciaram, nesta terça-feira (5), a terceira edição da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, uma mobilização anual promovida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). A iniciativa, que acontece até o dia 15 de agosto, visa fortalecer a busca por pessoas com…

As Polícias Científica e Civil de Alagoas iniciaram, nesta terça-feira (5), a terceira edição da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, uma mobilização anual promovida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). A iniciativa, que acontece até o dia 15 de agosto, visa fortalecer a busca por pessoas com paradeiro desconhecido no Brasil.

A ação concentra-se na coleta voluntária de material genético de parentes de primeiro grau, como pais, filhos e irmãos, para inclusão nos Bancos de Perfis Genéticos estaduais, distrital e nacional. O procedimento, realizado por peritos odontolegistas, é rápido, gratuito, indolor e consiste na coleta de células da bochecha com um cotonete.

O material genético doado será confrontado com o DNA de pessoas vivas não identificadas, encontradas em unidades de saúde, abrigos ou em situação de vulnerabilidade social, e também com o de corpos não identificados em todo o país.

O delegado Ronilson Medeiros, da Coordenadoria de Pessoas Desaparecidas da Polícia Civil, informa que Alagoas registra cerca de 600 desaparecimentos por ano, com um índice de localização de 60%. Ele esclarece que os casos são classificados em três categorias: voluntário, inconsciente (relacionado a questões psíquicas, imaturidade ou deficiência mental) e criminoso. Ele destaca ainda a importância da iniciativa, que permite cruzar dados genéticos para localizar indivíduos ainda sem identificação.

“Essa campanha nacional amplia a possibilidade de localizar desaparecidos. Esse trabalho conjunto vai minimizar a dor dos familiares que têm pessoas desaparecidas. Através dele, pretendemos trazer pessoas de volta aos lares, enquanto para outras, infelizmente, significará a possibilidade de vivenciar o luto. A pior situação que existe é viver na incerteza”, afirmou o delegado.

Pontos de coleta

Em Alagoas, a coleta será realizada nos Institutos Médicos Legais (IML) de Maceió e Arapiraca, onde os familiares de pessoas desaparecidas podem realizar a coleta do material genético.

Quem pode participar?

A campanha é voltada para familiares de primeiro grau, como pais, filhos e irmãos de pessoas desaparecidas.

Para participar, é necessário apresentar um documento de identidade, o Boletim de Ocorrência (B.O) relacionado ao desaparecimento e, se possível, objetos pessoais do desaparecido, como escova de dentes, cabelo, aparelho de barbear ou até mesmo o cordão umbilical.

Como funciona?

O DNA coletado será analisado e incluído no banco genético nacional, e, caso haja compatibilidade com uma pessoa encontrada sem identificação, a família será imediatamente contatada. O sistema continuará cruzando os dados automaticamente a cada nova atualização, proporcionando novas possibilidades de localização.

Essa é uma ação de esperança e solidariedade, oferecendo à população um mecanismo adicional para buscar a identificação de seus entes queridos. A Polícia Civil de Alagoas convida todos que possam contribuir com a campanha a participarem, ajudando a escrever histórias de reencontro e conforto para as famílias.

Aarão José / Ascom PolC/AL

Bárbara Fonseca, do Instituto de Criminalística de Maceió, ao lado do delegado Ronilson Medeiros, da Polícia Civil

Bárbara Fonseca, chefe do Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalística de Maceió, ressalta que a mobilização é uma tentativa de amenizar a dor de milhares de famílias brasileiras que convivem com a angústia da ausência. Ela explicou que após a coleta, o perfil genético do familiar é cadastrado e passa a integrar o banco nacional.

“A partir disso, é feito o cruzamento com os dados de pessoas vivas ou falecidas sem identificação. Os resultados podem indicar três situações: a pessoa pode ser localizada viva, localizada falecida ou ainda não localizada, permanecendo ativa no banco de dados para futuras comparações”, explica a perita criminal.





Fonte: Alagoas 24h

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