sexta-feira, junho 20, 2025
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Caso Gabriel Lincoln: Família pede reprodução simulada para esclarecer morte


Gabriel Lincoln Pereira da Silva tinha 16 anos

A defesa da família de Gabriel Lincoln Pereira da Silva, adolescente de 16 anos morto durante uma ação da Polícia Militar em Palmeira dos Índios, no início deste mês de maio, solicitou oficialmente a realização de uma reprodução simulada para ajudar a esclarecer os acontecimentos que levaram à morte do jovem. A informação foi divulgada…

A defesa da família de Gabriel Lincoln Pereira da Silva, adolescente de 16 anos morto durante uma ação da Polícia Militar em Palmeira dos Índios, no início deste mês de maio, solicitou oficialmente a realização de uma reprodução simulada para ajudar a esclarecer os acontecimentos que levaram à morte do jovem.

A informação foi divulgada pelo portal TodoSegundo. De acordo com o advogado Gilmar Menino, que representa a família, o procedimento é essencial para reconstituir a dinâmica dos fatos e verificar as circunstâncias exatas do disparo que atingiu Gabriel. Ele afirma que a medida é uma forma de buscar uma apuração justa e baseada em evidências técnicas.

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Ainda segundo o portal local, o defensor tem mantido contato direto com autoridades envolvidas nas investigações. Reuniões já foram realizadas com o secretário de Segurança Pública do estado, Flávio Saraiva, quando foi anunciada a formação da comissão especial de delegados que irá se dedicar exclusivamente ao caso. Fazem parte dela, os delegados Alexandre Leite, Sidney Tenório e João Paulo Tenório.

Veja também: Caso Gabriel Lincoln: Em reunião, SSP-AL garante à família comissão de delegados para apuração dos fatos

Comoção popular

A comoção em torno da morte de Gabriel também tem mobilizado a população. No último sábado (10), centenas de pessoas participaram de uma passeata pelas ruas de Palmeira dos Índios em homenagem ao jovem. A manifestação começou em frente à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde Gabriel trabalhava com um pequeno ponto de vendas, e percorreu a avenida Vieira de Brito até o centro da cidade.

Cartazes, camisas com a imagem do adolescente e gritos por justiça marcaram a caminhada. Conforme relata o site, os pais de Gabriel participaram do ato e fizeram apelos emocionados por esclarecimentos. O pai descreveu o filho como dedicado aos estudos e ao trabalho, enquanto a mãe reforçou o desejo de que a verdade venha à tona.

O episódio vem sendo acompanhado por entidades de direitos humanos, pelo Ministério Público e pela sociedade civil, que exigem responsabilização, caso sejam confirmadas irregularidades na ação policial.

Sobre o caso

Na noite do sábado, 3 de maio de 2025, o adolescente de 16 anos, identificado como Gabriel Lincoln Pereira da Silva, faleceu após uma perseguição policial em Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas.

De acordo com as primeiras informações, Gabriel teria sido visto realizando manobras perigosas com uma motocicleta na avenida Bráulio Montenegro. Ao notar a aproximação de uma guarnição do Pelotão de Operações Especiais (Pelopes), ele teria desobedecido às ordens de parada, iniciando uma fuga pelas ruas da cidade.

A versão da polícia afirma ainda que, durante a perseguição, o adolescente sacou um revólver calibre .38 e disparou contra a viatura. Em resposta, os agentes efetuaram disparos, resultando em Gabriel sendo atingido. Ele foi imediatamente socorrido pelos próprios policiais e levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, mas não sobreviveu aos ferimentos.

Ainda segundo os militares, uma arma teria sido apreendida no local da ocorrência. O laudo da necropsia aponta que o adolescente foi atingido um único disparo pelas costas, que perfurou o pulmão e o coração.

A família do jovem contesta a explicação apresentada pela Polícia Militar desde o início. Eles alegam que  foram impedidos de acompanhar o atendimento médico e de obter informações sobre o estado de saúde do menor.

Leia também: Investigação sobre morte de Gabriel Lincoln busca esclarecer pontos cruciais; saiba o que ainda está em aberto

Ainda segundo eles, o jovem estava trabalhando com os pais no quiosque de lanches e saiu para comprar alface quando o desfecho triste aconteceu.

A Polícia Civil iniciou as investigações do caso oficialmente na segunda-feira seguinte (5), mesmo dia em que o corpo do menor foi velado na casa da avó e enterrado sob grande comoção.

Em determinado momento, os rituais fúnebres precisaram ser interrompidos por alguns minutos para realização de perícia por parte de integrantes da Polícia Científica de Alagoas. O local foi esvaziado para que os peritos realizassem exames técnicos, incluindo o residuográfico, uma vez que a Polícia Militar alega que o adolescente atirou contra a guarnição durante uma perseguição.

O procedimento foi considerado anormal por familiares, sobretudo, porque o pai do adolescente já havia relatado que este mesmo exame foi negado pelo Instituto Médico Legal de Arapiraca, mesmo após pedido do advogado da família, sob a alegação de que o corpo já havia sido limpo.

Leia mais: Sepultamento de adolescente morto pela PM é marcado por pedidos de Justiça

A investigação está sendo conduzida por uma comissão de delegados, que já iniciou as oitivas com testemunhas, familiares e moradores da região. Os depoimentos dos policiais – que estão desempenhando atividades adminsitrativas como medida preventiva – só serão colhidos após a coleta de outras provas.

Fazem parte dela os delegados Alexandre Leite, da Diretoria de Polícia Judiciária 3 (DPJ3), Sidney Tenório, diretor da DPJ1, e João Paulo Tenório, coordenador da DH da 5ª Região.

Imagens de câmeras têm surgido e auxiliado nas investigações.

Veja mais: Novo vídeo mostra momento da perseguição policial que resultou na morte de adolescente





Fonte: Alagoas 24h

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