Uma mulher transplantada conheceu o próprio doador de medula óssea disfarçado de garçom em uma festa de aniversário. Ritcheli Stein, de 34 anos, reconheceu Arthur Souza Colares, que levava uma garrafa de suco, assim que ele se aproximou dela. O momento foi registrado em vídeo e viralizou nas redes sociais (assista acima). “Para nós e…
Uma mulher transplantada conheceu o próprio doador de medula óssea disfarçado de garçom em uma festa de aniversário. Ritcheli Stein, de 34 anos, reconheceu Arthur Souza Colares, que levava uma garrafa de suco, assim que ele se aproximou dela. O momento foi registrado em vídeo e viralizou nas redes sociais (assista acima).
“Para nós e nossa família foi a realização de um sonho poder abraçar uma pessoa que me trouxe à vida novamente”, disse a moradora de Florianópolis que se recupera de uma leucemia, que é o câncer no sangue.
O vídeo do encontro foi publicado por ela em uma rede social e, em seguida, as imagens foram compartilhadas em outras páginas. Uma das publicações superou 4,4 milhões de visualizações em cinco dias.
“Meu Deus”, disse, com a mão no peito. Em seguida, os dois deram um abraço longo, sob aplausos dos familiares.
A emoção é justificada pela raridade da compatibilidade. A chance de encontrar um doador compatível entre pessoas que não são parentes é de 1 em 100 mil.
Encontro
A surpresa ocorreu no último sábado (1º) em um restaurante de São Paulo, onde uma sobrinha de Ritcheli comemorava o aniversário, e foi planejada pela própria família dela.
Arthur é estudante de direito em Belo Horizonte (MG) e também precisou viajar para encontrar Ritcheli . “Não desconfiei de absolutamente nada”, disse.
“Minha cunhada teve a ideia de convidar ele para o aniversário e fazer a surpresa para mim. Meu marido, Luís, falou a ideia para ele. Ele analisou se era possível, por conta das provas, e deu certo”, relatou.
Os dois já se conheciam por videochamada, mas, para Ritcheli, “faltava esse encontro e abraço de gratidão”.
Após nove meses da cirurgia, o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) abriu a possibilidade de quebra de sigilo dos dados e os dois, por coincidência, manifestarem interesse de se conhecerem.
“O Redome mandou um documento para gente assinar e, e em seguida me deram o nome completo dele e e-mail. Trocamos e-mail e WhatsApp , e dali para cá nunca mais perdemos o contato”.
Diagnóstico
O primeiro diagnóstico de leucemia promielocítica aguda (LPA) foi em abril de 2021. A partir disso, foram duas recaídas da doença, seguidas de dois transplantes de medula óssea: um em setembro de 2022 e outro exatamente um ano depois.
“Fiz muitas quimioterapias e também tratamento com trióxido de arsênio, totalizando mais de 210 sessões todas feitas na veia. Confesso que foi um processo longo, cheio de medo e muita fé”, comentou.
Segundo relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), a leucemia promielocítica aguda (LPA) é um tipo agressivo de câncer no sangue classificado como uma forma de Leucemia Mieloide Aguda (LMA). A doença ocorre devido a uma mutação genética que altera o funcionamento normal das células do sangue. Hoje Ritcheli é considerada curada.



