Um quebra-mola fez um motociclista perder o controle da direção e bater contra um poste nessa quarta-feira (12). A colisão foi registrada por câmeras de videomonitoramento e chamou atenção pela falta de sinalização horizontal na via, o que, segundo Antônio Teixeira, perito especialista em acidente de trânsito, pode ter causado a morte da vítima.
À Gazeta, o perito explicou que o Código de Trânsito Brasileiro determina que uma via só seja liberada após a conclusão correta de toda a sinalização. A implantação é de responsabilidade das prefeituras municipais.
“A gente sempre coloca que acidente remete a azar. No caso em questão, você tem um elemento na via não identificado, não sinalizado, isso sim pode ser considerado até como um homicídio. É crime essa situação. Está muito claro no Código de Trânsito a responsabilidade das prefeituras, a gente não está tratando só da de Maceió, mas das prefeituras de todos os municípios do Brasil”, disse Antônio Teixeira.
Ainda de acordo com o perito, um sinistro como esse, registrado no bairro Clima Bom, em Maceió, não pode ser caracterizado como acidente.
“Como diz o Código de Trânsito, você só pode liberar a via se ela estiver sinalizada de forma correta. Nos casos das prefeituras, elas respondem de forma direta por omissão ou erro de projeto. A gente não pode tratar como se fosse uma morte por embriaguez, por exemplo, porque aí sim seria imprudência ou imperícia. Mas, no caso em questão, precisa ser tratado de outra forma”, afirmou ele.
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Antônio Teixeira também destacou que, das 102 cidades de Alagoas, apenas 18 possuem órgãos municipais de trânsito. “Esse formato é gritante porque você vê um quebra-mola sem nenhuma pintura em cima. E isso é uma coisa que se repete muito, principalmente nas cidades do interior”, finalizou.
O motociclista que morreu na colisão chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu aos ferimento e veio a óbito.