Nataly Lopes / Ascom Hospital do Coração de A
Infecções virais, uso de certos medicamentos, doenças autoimunes e até toxinas ambientais podem provocar a miocardite, uma inflamação no músculo cardíaco, que pode evoluir para quadros graves, como insuficiência cardíaca ou até mesmo morte súbita. O alerta é do cardiologista Felipe Fraga, que atua no Hospital do Coração Alagoano, em Maceió, unidade vinculada à Secretaria…
Infecções virais, uso de certos medicamentos, doenças autoimunes e até toxinas ambientais podem provocar a miocardite, uma inflamação no músculo cardíaco, que pode evoluir para quadros graves, como insuficiência cardíaca ou até mesmo morte súbita. O alerta é do cardiologista Felipe Fraga, que atua no Hospital do Coração Alagoano, em Maceió, unidade vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
Felipe Fraga explica que a miocardite pode surgir após uma infecção viral comum, como gripe ou Covid-19, e os sintomas nem sempre são claros. Alguns pacientes, conforme o cardiologista, têm apenas uma leve fadiga, outros já apresentam dores no peito, falta de ar, palpitações ou, nos casos mais graves, arritmias e desmaios.
“A miocardite é uma inflamação que interfere no funcionamento do músculo cardíaco, prejudicando a capacidade de bombear o sangue adequadamente para o corpo. Embora possa atingir pessoas de qualquer idade, jovens e atletas merecem atenção especial também”, frisa Felipe Fraga.
Em atletas, por exemplo, ainda segundo o cardiologista do Hospital do Coração Alagoano, a miocardite pode se manifestar de forma súbita. “Isso ocorre principalmente se houver esforço físico durante a fase inflamatória, aumentando o risco de eventos fatais”, alerta o especialista.
Felipe Fraga pontua que a causa mais comum de miocardite são as infecções virais, principalmente em pacientes jovens, crianças e adolescentes. “O vírus pode agredir diretamente a região do miocárdio e o próprio sistema imunológico, ao tentar destruir o vírus, causando uma reação inflamatória exacerbada, piorando o quadro clínico do paciente”, explica Felipe Fraga.
Na maioria dos casos, de acordo com o cardiologista, a miocardite tem uma evolução mais benigna, principalmente nos pacientes com sintomas leves e que não apresentem alteração na função do coração, uma pequena parte pode evoluir para dilatação do coração e com insuficiência cardíaca. “Quanto mais precocemente o diagnóstico for feito e o tratamento iniciado, pode-se evitar para as formas crônicas e de maior mortalidade”, orienta.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico é feito a partir de uma avaliação clínica detalhada, exames laboratoriais e de imagem, como eletrocardiograma, ecocardiograma e, em alguns casos, ressonância magnética cardíaca. “O tratamento varia de acordo com a causa e a gravidade do quadro. Em casos leves, pode ser necessário apenas repouso e acompanhamento. Em situações mais graves, pode haver necessidade de internação, uso de medicamentos específicos e, em alguns casos, dispositivos de suporte cardíaco”, destaca Felipe Fraga.
Sinais de Alerta
O especialista reforça que qualquer sintoma incomum após uma infecção viral, especialmente se houver desconforto no peito ou alterações no ritmo cardíaco, deve ser investigado. “A prevenção está diretamente ligada ao cuidado com a saúde como um todo: manter as vacinas em dia, tratar adequadamente infecções, evitar a automedicação e procurar atendimento médico diante de sintomas persistentes ou anormais”, pontua o cardiologista.