domingo, setembro 28, 2025
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Morte de criança de 2 anos foi causada por meningite, aponta IML


O caso da pequena Anna Vitória Queiroz, de apenas 2 anos, inicialmente tratado como suspeita de agressão, teve desfecho diferente do que se imaginava. De acordo com o laudo oficial do Instituto Médico Legal (IML) de Alagoas, a criança morreu em decorrência de uma meningite bacteriana, e não por violência. Entenda: Menina de 2 anos…

O caso da pequena Anna Vitória Queiroz, de apenas 2 anos, inicialmente tratado como suspeita de agressão, teve desfecho diferente do que se imaginava. De acordo com o laudo oficial do Instituto Médico Legal (IML) de Alagoas, a criança morreu em decorrência de uma meningite bacteriana, e não por violência.

Entenda: Menina de 2 anos morre com sinais de agressão na UPA de Jaraguá; PM acionada

Anna Vitória foi levada sem vida à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Jaraguá, em Maceió, no último sábado (9), com manchas e ferimentos no rosto e pescoço. O estado da menina ao chegar na unidade de saúde gerou suspeita de maus-tratos. A responsável legal pela criança, uma mulher que se apresentou como tutora, negou qualquer agressão e informou que a mãe biológica não tinha condições de cuidar da filha.

A tutora foi ouvida na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e liberada. O Conselho Tutelar foi acionado e acompanhou o caso.

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O corpo da menina foi encaminhado ao IML, que concluiu que a causa da morte foi meningite do tipo pneumocócica, uma infecção grave provocada por bactéria, com evolução rápida e alto risco de complicações.

NOTA IML

Informamos que o óbito da menor A. V. Q., 2 de anos, foi de causas clínicas confirmadas por exames complementares laboratoriais. Os laudos periciais pertinentes serão encaminhados às autoridades competentes dentro do prazo legal.

Alertas e cuidados

Em entrevista à TVPajuçara, o pediatra e presidente da Sociedade Alagoana de Pediatria, Dr. Marcos Gonçalves, esclareceu que casos graves de meningite podem provocar manchas na pele que se assemelham a hematomas, o que pode gerar confusão no diagnóstico inicial.

“Essas lesões são chamadas de púrpuras hemorrágicas, um tipo de sangramento sob a pele. Em casos graves, como o da Anna Vitória, elas podem aparecer no rosto, pescoço e outras partes do corpo, e se parecem com sinais de agressão. Por isso, é compreensível a suspeita inicial. Mas o laudo confirmou que a causa foi meningite pneumocócica”, explicou o médico.

Segundo o Dr. Marcos, em 2024, pela primeira vez, os casos de meningite bacteriana superaram os de meningite viral em Alagoas, uma mudança importante no perfil epidemiológico da doença no estado.

Leia mais: Sesau investiga morte de bebê por suspeita de meningite em Maceió

“As duas bactérias mais comuns que causam meningite hoje são o pneumococo e o meningococo. No caso da Anna Vitória, foi confirmado o pneumococo, que é coberto por vacina no SUS com a Pneumo 10. Já a meningite meningocócica, principalmente o tipo B, é hoje a mais grave e não está incluída no calendário vacinal do SUS”, reforçou.

Vacinação e consulta pública

Dr. Marcos fez ainda um alerta contundente aos pais e profissionais de saúde: os casos de meningite estão aumentando em Alagoas e é preciso atenção aos primeiros sinais da doença, como febre alta, sonolência, convulsões, rigidez na nuca e manchas na pele.

“Os pais precisam saber reconhecer esses sintomas e levantar a hipótese de meningite. Isso pode salvar vidas. E os profissionais de saúde, especialmente em unidades de urgência, precisam incluir a meningite no diagnóstico diferencial, mesmo diante de quadros que aparentem violência”, destacou.

Ele também chamou a atenção para a consulta pública sobre a inclusão da vacina contra a meningite B no SUS, que está aberta até o dia 19 de agosto:

“A vacina contra meningite B hoje só está disponível na rede privada e custa entre R$ 600 e R$ 700 por dose. É caro, sim, mas é a única forma eficaz de proteção nesse momento. Por isso, reforço: preencham a consulta pública da Conitec. Se não houver adesão, essa vacina não entrará para o calendário nacional. E mais crianças podem morrer”, alertou o pediatra.

CLIQUE AQUI PARA RESPONDER À CONSULTA PÚBLICA.

Dados

Com este novo caso, 13 casos de meningite foram registrados em Alagoas em 2025, com cinco mortes, sendo quatro delas em Maceió.

Veja também: Sesau confirma 12 casos com quatro óbitos por meningite em Alagoas





Fonte: Alagoas 24h

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