Motorista Adjailton Farias achou pochete cheia de dinheiro em ônibus no Recife — Foto: Reprodução/WhatsApp
Em meio à correria do dia a dia, um ato de honestidade chamou a atenção no Recife. O motorista de ônibus Adjailton Farias, de 54 anos, encontrou uma pochete com R$ 1.030, um celular e documentos dentro do veículo. Sem hesitar, ele fez questão de devolver tudo aos donos, que são idosos. Adjailton, que trabalha há…
Em meio à correria do dia a dia, um ato de honestidade chamou a atenção no Recife. O motorista de ônibus Adjailton Farias, de 54 anos, encontrou uma pochete com R$ 1.030, um celular e documentos dentro do veículo. Sem hesitar, ele fez questão de devolver tudo aos donos, que são idosos.
Adjailton, que trabalha há 33 anos na empresa Pedrosa e há 14 anos na linha 414 – Torre/Rui Barbosa, conta que a pochete foi encontrada em um banco próximo à catraca. O caso aconteceu na quarta-feira (28).
“Eu peguei a pochete dentro do carro. Botei lá na frente do carro. Estava no decorrer da viagem e não podia ver o que tinha dentro”, relata.
Foi já próximo ao terminal que um toque de celular chamou a atenção do motorista. Ao perceber que o som vinha da pochete, ele decidiu filmar todo o processo de verificação do conteúdo, como forma de segurança e transparência.
“Peguei meu aparelho celular, comecei a filmar a forma como eu iria examinar a pochete, para que ficasse registrado”, explica.
Dentro da pochete, Adjailton encontrou papéis, o celular e as cédulas.
“Encontrei papel, o celular e depois do celular, perto dele, tinha nove cédulas de R$ 100. Peguei isso tudo na filmagem, comecei a contar. No terceiro zíper encontrei mais uma cédula de 50 reais e duas de 20. Do lado, tinha outras cédulas juntas. O total era de R$ 1.030”, detalha.
Logo depois que ele filmou o vídeo, o celular começou a tocar. Entretanto, ele não conseguia ouvir a voz da pessoa do outro lado da linha. Foi aí que um colega motorista ligou para o telefone de Adjailton.
O motorista vinha num coletivo atrás do dele, e havia sido contatado pelos passageiros, que estavam desesperados.
“Eu disse: ‘Sandro, diga ao pessoal que esfrie o coração, que está comigo’. No telefone, eu ouvi quando uma senhora gritou de alegria quando ele disse que eu estava com a pochete”, lembra.
Adjailton, então, combinou um ponto de encontro perto da Praça da Torre, na Zona Oeste do Recife. Chegando lá, ele fez outro vídeo registrando a entrega dos pertences e dos valores, na presença dos donos, que se apresentaram.
A boa ação de Adjailton rapidamente se espalhou. Ele havia pedido para sua filha postar o vídeo em um grupo da família, que acabou sendo divulgado nas redes sociais. A empresa de ônibus também entrou em contato com o motorista para parabenizá-lo.
Para Adjailton, no entanto, a atitude é nada mais que um reflexo dos princípios que recebeu da mãe, que criou sozinha cinco filhos, sempre com muita honestidade.
“A gente tem responsabilidade. Independente de qualquer coisa, o que vale é a consciência de cada um. Mesmo se ninguém visse, tem os olhos de Deus. Aprendi com minha mãe e recebi os princípios que vêm de berço. Não custa nada, é empatia”, afirma.
Adjailton tem 54 anos e é morador do Alto do Refúgio, região do bairro de Nova Descoberta, na periferia da Zona Norte do Recife. Ele contou que há 33 anos trabalha na mesma empresa, como motorista de ônibus. Na linha atual, já são 14 anos.
Casado há 30 anos e pai de três filhos e três netos, ele conta que sempre fez questão de passar a honestidade como valor principal.
“”Aquilo que não é seu, você não gastou nada com aquilo, entregue. Você pode deitar e dormir sossegado, em paz. Andar de cabeça erguida”, afirmou.
