Igo Brasil, superintendente do Dnit; Samir Xaud, presidente da CBF; Renildo Lima, empresário do transporte; Helena da Asatur, deputada federal
A operação da Polícia Federal que investiga compra de votos nas eleições municipais de 2024, em Roraima teve como alvo o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, a deputada federal Helena da Asatur (MDB), o marido dela e empresário Renildo Lima, e outras sete pessoas são alvos da investigação. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão, na quarta-feira…
A operação da Polícia Federal que investiga compra de votos nas eleições municipais de 2024, em Roraima teve como alvo o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, a deputada federal Helena da Asatur (MDB), o marido dela e empresário Renildo Lima, e outras sete pessoas são alvos da investigação.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão, na quarta-feira (30), em endereços ligados aos investigados no Rio de Janeiro e Roraima. A operação investiga a suspeita da prática de crimes eleitorais no estado. Todos os investigados são alvos de mandados de busca e apreensão.
Quem são os investigados?
Os investigados na operação são o presidente da CBF, Samir Xaud, a deputada federal Helena da Asatur (MDB), o marido dela e empresário do ramo de transportes, Renildo Lima, e o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Roraima, Igo Brasil.
Além deles, outras oito pessoas também estão sendo investigadas. Nenhum dos dez investigados foi alvo de mandado de prisão, apenas de busca e apreensão. A operação investiga compra de votos nas eleições municipais de 2024. Não há detalhes sobre a existência de um esquema e como funcionava.
Como as investigações começaram?
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A operação Caixa Preta, como foi batizada, foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (30). Agentes da Polícia Federal estiveram na casa de Samir Xaud e também na sede da Confederação Brasileira de Futebol, no Rio de Janeiro. A Justiça também bloqueou R$ 10 milhões nas contas dos investigados.
As investigações começaram quando o empresário Renildo Lima foi preso com R$ 500 mil em setembro de 2024, durante as eleições municipais do ano passado. Parte desse dinheiro foi encontrado na cueca do empresário.
Ele foi preso com outras cinco pessoas, entre elas uma advogada e dois policiais militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), após a PF receber uma denúncia sobre compra de votos.
À época, a deputada e esposa de Renildo, Helena da Asatur fez uma postagem nas redes sociais sobre a ação da PF e disse: “Acreditar que movimentar o próprio dinheiro é sinônimo de compra de votos é pura ignorância. Agora, devemos fechar as empresas em período eleitoral? Só o que faltava.”
A Polícia Federal ainda não esclareceu qual a ligação entre Samir, Helena e Igo com o dinheiro apreendido com o empresário no ano passado.
Qual é a relação dos investigados?
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Samir e Helena são do mesmo partido, o MDB, e do mesmo grupo político em Roraima. O atual presidente da CBF chegou a ser candidato à deputado federal pelo partido em 2022, mas foi colocado como suplente, sem assumir o cargo.
Em maio deste ano, quando o nome de Samir começou a ser cotado para a presidência da CBF, Helena foi uma das principais apoiadoras nas redes sociais. Ela publicou fotos com o presidente, vídeos e texto declarando “total apoio” ao então candidato.
No dia 17 de maio, ela emitiu uma nota de repúdio defendendo Samir do que ela chamou de ataques preconceituosos contra a “origem regional” de Samir, motivados pela possibilidade de ele assumir a presidência da CBF.
Uma semana depois, quando Samir tomou posse como presidente da CBF, Helena e o marido Renildo foram até a cerimônia no Rio de Janeiro. Nas redes sociais, a deputada publicou uma foto com os três junto e disse estar “honrada”.
Não há detalhes sobre a relação de Igo com os investigados. Em uma publicação feita por ele em uma rede social, no dia 18 de maio de 2025, ele aparece em uma foto ao lado de Samir Xaud e parabeniza o médico por sua eleição à presidência da Confederação Brasileira de Futebol.
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O que dizem os investigados?
A deputada federal Helena da Asatur (MDB) disse ter sido “surpreendida com a notícia” e que “jamais foi notificada a prestar esclarecimentos às autoridades competentes”.
“Causa perplexidade a adoção de medidas tão gravosas sem que tenha havido a apresentação de fatos concretos que as justifiquem”, disse.
Ela disse ainda que, como “cidadã e representante eleita democraticamente, a deputada respeita e defende o trabalho das instituições, reafirmando seu compromisso com a transparência, a ética pública e o devido processo legal”.
Em nota, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes informou que colabora com a investigação, visando a completa elucidação dos fatos. “As instâncias de integridade da autarquia também estão apurando os fatos a fim de adotar as medidas administrativas que forem necessárias”.
Já a CBF informou que recebeu agentes da PF na sede. Ressaltou que a operação “não tem qualquer relação com a CBF ou futebol brasileiro” e que o presidente da entidade “não é o centro das apurações”.
O g1 também procurou Samir Xaud e Renildo Lima, mas não foi respondido até a última atualização. A reportagem também tenta contato com a defesa de Igo Brasil.