Policial militar aposentado é preso em flagrante suspeito de agredir mulheres em bar de Salvador — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Um policial militar aposentado foi preso em flagrante suspeito de agredir duas mulheres na noite de domingo (31), em um bar do Largo da Lapinha, em Salvador. Segundo informações de testemunhas, o homem, que não teve o nome revelado, estava com uma uma das vítimas no bar, quando os dois começaram a discutir. Em seguida, ele…
Um policial militar aposentado foi preso em flagrante suspeito de agredir duas mulheres na noite de domingo (31), em um bar do Largo da Lapinha, em Salvador.
Segundo informações de testemunhas, o homem, que não teve o nome revelado, estava com uma uma das vítimas no bar, quando os dois começaram a discutir. Em seguida, ele machucou a mão da mulher ao apertar.
De acordo com os funcionários, a vítima se levantou, chorando, e se trancou no banheiro. O PM foi atrás dela e a obrigou a abrir a porta.
“Ela dizia que não ia sair. ‘Por que você fez isso? Você me machucou. Saia daqui, me deixe, eu vou pedir ajuda’, disse uma funcionária, que preferiu não revelar a identidade por medo. Ela foi agredida com uma coronhada ao tentar defender a cliente.
“Foi aterrorizante. A sensação foi de morte o tempo todo, porque além de armado, ele estava com sinais de embriaguez. Eu achei que ia morrer a qualquer instante”, completou.
Os funcionários relataram que ouviram os gritos de socorro da mulher, que ao abrir a porta, foi agredida com socos no rosto. Por causa do impacto, a vítima chegou a ficar desacordada.
“Ela tinha feito um pedido de porção de salgados na hora. Nesse momento, ele se recusou a pagar. Ela se dispôs a pagar e ele se alterou mais ainda. Aí ele começou a agredir ela novamente”, relatou a cliente.
Ameaças contra funcionários
As câmeras de segurança mostraram o momento em que funcionários do bar tentaram socorrer a cliente. Também é possível ver que o policial militar estava armado. Ele chega a apontar a arma para os funcionários.
A cliente foi encaminhada para uma unidade de saúde da região. Não há informações sobre o estado de saúde dela.
“Ela [a cliente] só pediu desculpas e disse que ele [o policial] é uma pessoa muito violenta, que eu tomasse conta da minha vida. Por isso, que não disse meu nome, porque estou morrendo de medo”, afirmou a funcionária.
“Tenho uma filha e trabalho para sustentar minha vida. Estou traumatizada e não sei o que faço, porque ele me falou que ia me matar”, lamentou.
A mulher ainda afirmou que antes de ser preso, o homem chegou a falar que tinha “gravado”‘ os rostos dos funcionários do bar e que voltaria para se vingar.
“Se a gente não chega, não sei o que poderia ser dessa mulher. Poderia ser mais uma vítima de feminicídio”, acrescentou a dona do bar, que também, por medo, preferiu não revelar o nome.
Em nota, a Polícia Militar informou que o suspeito recebeu voz de prisão e foi conduzido inicialmente à Corregedoria da corporação. Em seguida, foi apresentado à Casa da Mulher Brasileira, onde foram adotadas todas as medidas cabíveis.
A PM informou ainda que reafirma o compromisso com a legalidade, a ética e a transparência, destacando que não compactua com condutas que contrariem a lei ou atentem contra a dignidade das pessoas.
Violência contra mulher
A Polícia Civil informou que 63 mulheres foram vítimas de feminicídio na Bahia entre janeiro e agosto deste ano.
Na sexta-feira (29), a jovem Marisol Batista de Jesus, de 18 anos, foi morta a facadas, no município de Coaraci, no sul da Bahia. Segundo informações da Polícia Civil, o principal suspeito do crime é ex-namorado da vítima, que não aceitava o fim do relacionamento.
No dia do crime, ela esteve na delegacia de Coaraci para registrar um boletim de ocorrência e solicitar uma medida protetiva contra o suspeito, identificado como Magno Araújo da Silva. No entanto, ela foi assassinada antes que a medida protetiva fosse deferida.
Ainda segundo a Polícia Civil, o carro do suspeito já foi localizado, mas ele segue sendo procurado.
No sábado (30), Tatiana Rodrigues e o companheiro dela, o advogado Eudes Santos Assis, foram encontrados mortos com marcas de tiros em uma casa, no bairro de Mont Serrat, em Salvador. Segundo a Polícia Civil, há indícios de que o homem tirou a própria vida após matar a companheira.
De acordo com a família da vítima, Tatiana Rodrigues retornava de uma festa com o advogado, quando uma discussão começou.
A família de Tatiana Rodrigues relatou que, após a briga, disparos foram ouvidos e os dois foram encontrados sem vida no quarto.
Ainda no sábado, Letícia Santos Silva, de 29 anos, foi morta a facadas na cidade de Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia. O companheiro dela, identificado como Edvanilton Santos Freire, de 31 anos, é suspeito do crime e foi preso na madrugada de domingo (31).
Conforme informações apuradas pela TV Oeste, afiliada da TV Bahia na região, a vítima estava na porta de casa com um amiga quando o suspeito a atacou. A mulher sofreu mais de oito perfurações e foi atingida no tórax, dorso e braços.
Ainda conforme a TV Oeste, no sábado (23), a vítima chegou a procurar a polícia para tirar o companheiro de casa, alegando que ele estava desempregado.
Na ocasião, ela negou qualquer tipo de agressão física ou verbal, mas uma medida protetiva chegou a ser solicitada pelo Núcleo Especializado de Atendimento à Mulher (NEAM) da cidade.
Conforme a delegada da NEAM, Luara Gabriela Faria, a vítima e o suspeito tiveram um relacionamento de seis anos e não tinham filhos.
Em entrevista à TV Oeste, o delegado Ewerton Damião dos Santos, responsável pelas investigações, informou que o suspeito relatou em depoimento que não se recorda do crime. No entanto, para a Polícia Civil, o crime foi premeditado, já que Edvanilton confessou que ficou rondando a casa da vítima horas antes do crime.