Heloisa dos Santos Silva tinha três anos de idade — Foto: Arquivo pessoal
A Justiça Federal decidiu que o policial rodoviário federal Fabiano Menacho Ferreira, acusado de matar a menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, durante uma abordagem no Arco Metropolitano, irá a juri popular. A decisão da 1ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro encerra a primeira fase do julgamento e pronunciou o agente….
A Justiça Federal decidiu que o policial rodoviário federal Fabiano Menacho Ferreira, acusado de matar a menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, durante uma abordagem no Arco Metropolitano, irá a juri popular. A decisão da 1ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro encerra a primeira fase do julgamento e pronunciou o agente. A ação penal contra outros dois agentes que estavam na mesma patrulha foi trancada.
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Segundo o procurador Eduardo Benones, coordenador do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial, o policial Fabiano Menacho foi o autor de três disparos naquela noite que atingiram o pegeout onde Heloísa estava com sua irmã, tia, pai e madrasta. A menina foi atingida na nuca por um tiro de fuzil calibre 556 e morreu dias após ser internada.
Por volta das 20h30 do feriado de 7 de setembro, no retorno de um passeio à casa da avó, em Itaguaí, Heloísa passava pelo Arco Metropolitano, em Seropédica, acompanhada dos pais Willian de Souza e Alana dos Santos Silva, da irmã Alice dos Santos Silva, de 8 anos, e da tia Rayra Fernanda dos Santos Misael. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), a viatura da PRF estava posicionada perpendicularmente na rodovia, com os faróis e as luzes internas desligados. O pai teria reconhecido o carro pelas cores azul e amarela da carroceria. Conforme depoimento de Willian, o carro da PRF “surgiu abruptamente no raio de visão do espelho retrovisor, a poucos metros de distância da traseira do veículo”, um Peugeot 207.
Ainda de acordo com a denúncia, o carro da vítima já estava praticamente estacionado no acostamento quando os agentes da PRF “abriram fogo, disparando com armas de longo alcance e grosso calibre” contra o Peugeot. O pai de Heloísa descreveu, em depoimento ao MPF, o que aconteceu após os tiros:
Perícias realizadas pela Polícia Federal confirmaram a compatibilidade dos fragmentos de projéteis encontrados no carro e no corpo da vítima com o calibre da arma utilizada pelo acusado, que assumiu a autoria dos disparos. O Ministério Público Federal também sustentou que houve tentativa de homicídio dos demais passageiros, que só não morreram “por circunstâncias alheias à vontade do agente”.
“Eu coloquei a mão para o alto, saiu todo mundo, só a minha menorzinha que ficou dentro do carro. Aí foi a hora que entrei em choque, em desespero”.
Os policiais rodoviários alegaram que atiraram nos pneus, mas essa versão foi desmentida, pois não havia marcas de tiros neles. Um dos policiais, inclusive, assumiu o volante do carro de Willian para prestar socorro à criança. A defesa de Fabiano alegou legítima defesa putativa, afirmando que o policial teria atirado por acreditar estar sob ataque, mas o argumento foi rejeitado.
Com isso, a Justiça determinou que Fabiano Menacho Ferreira seja julgado pelo Tribunal do Júri pelos crimes de homicídio qualificado consumado, quatro tentativas de homicídio qualificado e fraude processual, todos em concurso material.



