A produção de arroz em Alagoas vem dando sinais positivos de crescimento, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2024, o estado alcançou 19 mil toneladas na safra, registrando um aumento de 11% em relação ao ciclo produtivo de 2023, quando a produção atingiu 17 mil toneladas de arroz em casca. Agora, o estado se prepara para ampliar a produção na região do Baixo São Francisco com as ações do Programa Planta Alagoas, na etapa Alagoas Mais Arroz.
Governo de Alagoas vem adotando políticas públicas que favorecem o setor da rizicultura, como a concessão de incentivos fiscais para comercialização; entrega de maquinários agrícola que auxiliam no preparo e manejo de área produtiva; distribuição de sementes, reduzindo os custos de implantação do produtor; contratação de profissionais para execução de serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) para atendimentos de um maior número de produtores; e realização de atividades técnicas com Embrapa Territórios e Alimentos (AL) e Embrapa Arroz e Feijão (GO) que busca tecnificar o cultivo de arroz irrigado na região do BSF.
As iniciativas foram intensificadas desde a implantação do Alagoas Mais Arroz, com objetivo de dar mais apoio à cadeia produtiva tão importante em Alagoas e todo o Brasil. O secretário executivo de Agricultura Familiar, Ronaldo Targino, explica que o estado ainda produz abaixo do volume de consumo. Dados do IBGE (2022) apontam que Alagoas consome cerca de 87 mil toneladas de arroz/ano e precisa adquirir produto de outros estados para suprir a demanda interna da população.
“Estes dados demonstram a importância do aumento da produção em Alagoas, uma vez que, há demanda por este produto na mesa do consumidor. Ampliar a produção proporcionará significativa movimentação econômica para o setor orizícola, causando impactos positivos aos produtores, às indústrias locais e, principalmente, aos consumidores”, reforçou Targino.
Tecnologia e inovação para aumentar a produção
Em 2024, a parceria entre a Secretaria de Estado da Agricultura, a Embrapa e a Prefeitura de Igreja Nova deu início a um novo cenário para a cadeia produtiva. Uma nova etapa do Alagoas Mais Arroz teve início nesta semana, dando continuidade ao programa com treinamento de 35 produtores e dez técnicos dos municípios de Igreja Nova, Piaçabuçu, Penedo e Porto Real do Colégio. A iniciativa conta com a transferência de tecnologias de produção em sistema de cultivo de arroz pré-germinado com pesquisadores da Embrapa.
Eriosvaldo Teixeira é produtor de arroz há 50 anos e contou que aprendeu a plantar corretamente após os treinamentos oferecidos pelo Governo de Alagoas de forma gratuita para os produtores da região. “Foi bom demais! Na verdade, eu aprendi a plantar arroz do ano passado para cá. Eu usava uma técnica errada, mas com o treinamento eu consegui um aumento de aproximadamente de 30% na minha produção de arroz. Daqui para frente, é só melhoria”, afirmou.
Potencial produtivo de Alagoas é positivo
Com treinamento de produtores e técnicos que atuam na região, além da implantação de cultivares para avaliação do potencial produtivo do estado, está sendo possível entender o panorama produtivo da rizicultura alagoana. Os resultados de 2024 avaliados pelos pesquisadores da Embrapa Arroz e Feijão foram positivos. Com experimento realizado, foi observado um aumento de produtividade de 9 toneladas/hectare para 16 ton/ha.
“Alagoas tem condições muito vantajosas para produção de arroz irrigado, que faz frente a qualquer outra região produtiva do país. Alinhar esse sistema de produção coloca o estado no caminho certo. Com as condições climáticas e manejo correto, podemos ter um aumento na produtividade da área experimental na ordem de 20% este ano”, revelou o pesquisador da Embrapa, especialista em Manejo Irrigado, Raimundo Rocha.
Este ano, novas Unidades Demonstrativas foram implantadas no município de Igreja Nova, com cinco cultivares de materiais genéticos com potencial produtivo para Alagoas. A escolha dos materiais foi discutida cuidadosamente por pesquisadores da Embrapa e profissionais de Alagoas, sendo levado em consideração fatores como, necessidade do mercado, potencial produtivo, resistência ao acamamento e às principais doenças, precocidade e condições ambientais do Baixo São Francisco Alagoano.
“A nossa intenção é validar esses cultivares no campo, validando a produtividade e qual melhor manejo desses materiais genético. Na última safra, os resultados foram promissores e nossa intenção é aprimorar as técnicas utilizadas. E isso reflete no aumento da produção e, consequentemente, na geração de renda para o produtor e produto de qualidade diretamente do campo disponível no mercado local para os consumidores alagoanos”, ressaltou Joseani Castro, gerente de Fortalecimento da Agricultura Familiar.
O produtor Lindomar Bispo comemorou a chegada do treinamento da nova técnica de plantio de arroz pré-germinado trazida de Santa Catarina, que é o sistema produtivo ideal para a região do Baixo São Francisco. “Com esse novo sistema, a gente pretende reduzir custo com herbicida e inseticida. A expectativa é produzir tanto quanto o sul do país. E todos os agricultores da região tem estado empolgados e temos repassado informação para outros produtores para implantar também nas suas propriedades. Aqui em Alagoas, tem investimento no plantio de arroz e nós vamos continuar superando nossas máximas de produtividade. Só temos a agradecer ao governo e todos os parceiros envolvidos”, destacou.