Em discurso no Fórum Econômico Brasil-Vietnã, na manhã deste sábado (29), em Hanói, capital vietnamita, o ministro dos Transportes, Renan Filho, destacou o esforço do Governo Federal para atrair a iniciativa privada a cooperar com o poder público por meio de investimentos em rodovias e projetos ferroviários. O ministro enfatizou a relevância dos investimentos público-privados para o fortalecimento das malhas viária e ferroviária, a fim de garantir o papel estratégico do Brasil no suprimento da crescente demanda mundial de alimentos.
“O Brasil se destaca como referência global na capacidade de atrair investimentos. Temos hoje o maior pipeline de concessões rodoviárias do mundo. Somente em 2025, realizaremos 15 leilões na Bolsa de Valores de São Paulo para conceder rodovias à iniciativa privada e atrair novos investimentos para a infraestrutura pública”, disse.
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A carteira de investimentos é fruto da otimização de contratos desequilibrados, novos leilões para concessões rodoviárias e do lançamento de projetos ferroviários. Renan Filho mencionou que essa carteira totaliza, aproximadamente, US$ 50 bilhões (R$ 300 bilhões) para o fortalecimento da infraestrutura rodoviária nacional e US$ 15 bilhões (R$ 2,6 bilhões) para o desenvolvimento da malha ferroviária.
Entre os projetos ferroviários, está o [Corredor Ferroviário] Leste-Oeste [LINK PARA https://ppi.gov.br/projetos/corredor-ferroviario-leste-oeste/]. Conhecido como Fico-Fiol, o corredor é uma obra estruturante fundamental para a logística brasileira. Composto pela Ferrovia de Integração Centro-Oeste – FICO (EF-354) e pela Ferrovia de Integração Oeste-Leste – FIOL (EF-334), trata-se de um projeto prioritário do Novo PAC, que pretende conectar o país de leste a oeste por 2.697 quilômetros de malha ferroviária.
“É uma das mais transformadoras ferrovias do mundo para garantir a segurança alimentar, ligando o Brasil Central a portos no Nordeste e no Sul da Bahia. Isso garantirá, certamente, mais uma vertente para o escoamento da produção agropecuária brasileira para o mundo”, afirmou Renan Filho.
A exportação de alimentos aumentou exponencialmente nas últimas décadas, impulsionada por investimentos significativos em infraestrutura de transportes. O Brasil exportava oito milhões de toneladas de alimentos há 30 anos. Em 2024, atingiu a marca histórica de 180 milhões de toneladas.
O Vietnã é o quinto maior destino de produtos agropecuários brasileiros. Cerca de 70% da soja e 37% da carne suína importada pelo Vietnã vêm do Brasil.
O Fórum Econômico Brasil-Vietnã foi um encontro de alto nível entre autoridades ministeriais e representantes da comunidade empresarial do Brasil e do Vietnã, com o objetivo de impulsionar as trocas comerciais e aprofundar o diálogo bilateral. O evento teve como meta criar sinergias para incrementar o comércio e consolidar a Parceria Estratégica entre os dois países.
“Volto ao Brasil sabendo que temos um espírito comum, o espírito que enfrentou o colonialismo, que enfrenta o desafio de se desenvolver e que, certamente, enfrentará o desafio de, promovendo o desenvolvimento, melhorar a vida das pessoas”, finalizou o ministro.
Parceria Estratégica
Brasil e Vietnã elevaram, nessa sexta-feira (28), as relações entre os dois países a um novo patamar, com a assinatura do Plano de Ação para Implementação da [Parceria Estratégica] [LINK PARA https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/noticias/2025/03/brasil-e-vietna-oficializam-plano-de-acao-para-o-periodo-de-2025-a-2030]. O documento foi oficializado em encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente Luong Cuong, em Hanói. O plano de ação abrange o período de 2025-2030.
A Parceria Estratégica visa aprofundar o diálogo político, reforçar a cooperação econômica, técnica e científica, industrial, energética e em infraestrutura, intensificar o fluxo de comércio e investimentos, fortalecer a coordenação em temas da agenda multilateral (como a emergência climática global) e impulsionar novas iniciativas de cooperação.
“Promover o comércio e os investimentos é a melhor forma de gerar emprego, renda e dignidade para a nossa sociedade”, afirmou Lula em discurso de encerramento, no Fórum Econômico Brasil-Vietnã.
Em 2024, Brasil e Vietnã celebraram 35 anos de relações diplomáticas. A visita de Estado ao país asiático reflete a estratégia do Governo Federal de expandir parcerias e ampliar a presença brasileira no cenário econômico mundial, promovendo, assim, o desenvolvimento sustentável para melhorar a qualidade de vida da população brasileira.
Vietnã
O Vietnã tem cerca de 101 milhões de habitantes. É atualmente o principal destino das exportações brasileiras entre os países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), além de ser o 14º fornecedor mundial de produtos para o Brasil. Para o país asiático, o Brasil é o principal parceiro na América do Sul.
Em 2024, o comércio bilateral entre Brasil e Vietnã atingiu US$ 7,9 bilhões (R$ 45,5 bilhões). A Parceria Estratégica pretende criar condições para aumentar o comércio entre os dois países para cerca de US$ 15 bilhões (R$ 86,4 bilhões) até 2030. O Brasil exporta mais para o Vietnã do que para Portugal, Reino Unido, França ou Paraguai.
O país asiático é caracterizado pelo dinamismo econômico, progresso na infraestrutura e pelo aumento da renda e melhoria nos indicadores sociais. É centro de produção de alta tecnologia e tem uma contribuição relevante para a cadeia de distribuição e abastecimento global. O Vietnã cresceu a uma taxa média de 6% ao ano nas últimas duas décadas, e a previsão é de contínuo crescimento nos próximos anos, impulsionado por parcerias econômico-comerciais que vêm sendo construídas no cenário global.
A visita oficial da delegação brasileira ao Vietnã termina neste sábado (29), após dias de compromissos e assinaturas de acordos e instrumentos de cooperação bilateral no [Japão] [LINK PARA https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/noticias/2025/03/lula-visita-mais-importante-que-ja-fiz-ao-japao].