sexta-feira, março 14, 2025
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vereadores criticam decreto da Semed que limita oferta de especialistas para alunos autistas


Vereadores criticam decreto da Semed que limita oferta de especialistas para alunos autistas. Reprodução

Em sessão ordinária na tarde desta quarta-feira (12), os vereadores de Maceió criticaram um decreto da Secretaria Municipal de Educação (Semed) que limita a oferta de especialistas para alunos autistas.

Conforme o decreto, um Profissional de Apoio Escolar (PAE) pode ficar responsável por até seis crianças com nível 1 de suporte (leve), quatro crianças com nível 2 de suporte (moderado) e até duas crianças com nível 3 de suporte (severo).

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O assunto foi trazido à tona pelo vereador Leonardo Dias (PL), que afirmou ter recebido mensagens de inúmeros pais preocupados.

“Nós temos 3 mil crianças especiais hoje que precisariam, em tese, de 3 mil PAEs. Eu passei a manhã ligando para pessoas que trabalham com autismo, e todos foram unânimes em dizer que não tem condições de se trabalhar dessa forma [proposta pela Semed]”, afirmou no plenário.

O vereador convidou os colegas de bancada para uma reunião nesta quinta-feira (13) com o objetivo de apresentar ao município uma proposta para se chegar a um denominador comum, amparando as crianças da rede municipal de ensino.

A vereadora Silvania Barbosa considerou a proposta “inviável” e afirmou ser “impossível que essa portaria comece a vigorar da forma em que foi publicada”.

“Hoje, da forma que está, já está inviável, imagine se isso passar a valer. Quem convive e quem conhece sabe que é totalmente inviável. Já não estava funcionando, e agora piora ainda mais a situação. Realmente, as mães dessas crianças e os educadores profissionais estão em pânico com essa situação”, criticou.

O vereador Jônatas Omena definiu a portaria como “impossível”.

“É um tema que domina a nossa cidade. Aliás, eu acho que é um tema de conhecimento mundial: somente quem tem uma criança autista pode ver a necessidade que ela tem. Quem trabalha com educação pode falar com propriedade que é impossível tomar conta de duas crianças de nível 3 de suporte”, reiterou.

A vereadora Teca Nelma salientou que “a inclusão não é favor” e que a gestão da educação municipal vem falhando em pontos importantes, como o transporte e agora em relação à educação pública inclusiva.

“Isso é um crime. Isso é um absurdo. Não teve convocação de audiência pública, não houve embasamento de médicos, não teve conversas com terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos ou psicólogos para saber realmente qual a necessidade. Sequer falaram com as mães e com as famílias atípicas”, lamentou.

A medida, complementou, seria suficiente para afastar as crianças com deficiência da sala de aula.

“Vão voltar para casa. Vão voltar a ser escondidas. Não vão ter mais inclusão na sala de aula. O que vai acontecer é que as mães não vão poder enviar seus filhos para a escola para ter dignidade e educação de qualidade.”

O vereador Rui Palmeira disse que esse é um tema que une toda a Casa, independentemente de questões ideológicas. Ele chamou o ato de “um erro grosseiro” da Semed.

“Uma portaria absolutamente infeliz. Se o secretário e seus auxiliares ouvissem mais, errariam menos. Por isso, insisto para que ele venha fazer um debate nesta Casa.”

A portaria 059/2025 foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira (11), entrando em vigor nesta mesma data.

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